sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Dilma, Cabral e um discurso ridículo



Fisiologismo nas costas do povo fluminense

Por Diego Polachini

Deu nojo a entrevista coletiva concedida ontem pela presidentA Dilma Rousseff (PT) e pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), sobre os investimentos federais e estaduais na prevenção e combate às enchentes e inundações.

Cabra bateu no peito, olhou ao horizonte e proclamou para quem quisesse ouvir que “o Rio recebeu, nos últimos quatro anos não só a solidariedade como o apoio do governo federal. Não há uma reclamação sequer da nossa parte”. Veja aqui.

Peralá: ouvimos direito? O governador do Rio isenta o Planalto de culpa, garante que recebeu dinheiro e estamos vendo famílias se acabando por conta de chuva, deslizamentos e alagamentos? Não pode ser sério isso...

Será que os jornalistas de plantão, articulistas, críticos e outros zabumbeiros não perceberam o teor fisiologista desta declaração? Onde estão os investimentos na prevenção, caro governador Cabral?

Ah, tá, tem explicação. É que o senhor governador do Rio gastou mais consertando os estragos que em obras de prevenção. A ONG Contas Abertas mostra isso com clareza. Foram apenas R$ 8 milhões para contenção de encostas e em repasses a prefeituras para combates às enchentes.

Para traçar um paralelo, o prefeito de Rio Preto, Valdomiro Lopes (PSB), conseguiu junto ao governo federal, por meio do famigerado PAC, algo em torno de R$ 125 milhões para o alargamento e canalização do rio Preto, além de construção de nove piscinões em várias partes da cidade. As obras estão em andamento e devem ser concluídas ainda em 2011.

E olha que por aqui tivemos somente duas mortes (não deveria ter nenhuma) e a destruição da última grande chuva, em 18 de janeiro, não chegou a 2% do Rio. Isso mostra comprometimento verdadeiro do prefeito e visão de futuro, coisa que tem faltado a muita gente em todas as escalas do poder.

E aí, governador? E aí presidentA? Vão continuar esperando catástrofes como esta que estamos assistindo para abandonarem os discursos eleitoreiros e resolver, de fato, o problema? Desçam do palanque, por favor.

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