sábado, 8 de janeiro de 2011

Alimentos são vilões para inflação de 5,91% em 2010


Indignação contra uma política ineficiente

Por Diego Polachini

Ao ler no Estadão que a inflação de 2010 fechou com alta de 5,91%, a maior em seis anos, percebi que fui um dos muitos enganados pela política do marketing engana-bobo do governo Lula/Dilma/PT.

A principal guerra que o PSDB travou a partir de 1993 foi na tentativa de desacelerar a inflação. Esta era, sem dúvida, a principal praga da economia brasileira. Os preços eram reajustados várias vezes durante o mesmo dia, causando um clima de total e absoluta instabilidade para todos.

Com a implantação do Real as coisas começaram a melhorar. Um plano amplamente combatido pelo então opositor Luis Inácio, que chegou a profetizar uma desgraça ao Brasil pelos anos seguintes. Ledo engano.

Assumiu, em 2003, um país reformado, mas que precisava ser ajustado, e foi inteligente em não aplicar as teorias marxistas/leninistas/trotskistas/petistas e manter o curso do crescimento.

Mas não investiu como se deveria. O Brasil sofre pela inexistência de inteligência tecnológica, tendo que importar praticamente tudo que se refere a isso, e em contrapartida permanece ineficiente nas políticas de incentivo à agricultura, pecuária, aqüicultura, etc.

Ora, no Brasil em se plantando tudo dá. Em 1500, Pero Vaz de Caminha já havia descoberto a qualidade do solo tupiniquim, além da grandiosa área latifundiária.

Mas a aberração começou: somos ineficientes em inteligência de tecnologia e já começamos a importar alimentos. Como isso é possível com um país tão rico como o nosso?

Algumas respostas: alto índice de corrupção governamental, ausência de reforma política, altíssima carga tributária que esfola o brasileiro, baixos investimentos em agricultura familiar, política de inteligência e tecnologia absurdamente deficitária e uma reforma agrária que mais serve como instrumento de manobra eleitoral que de verdadeira divisão de terras improdutivas.

O mais incrível disso tudo é que esta inflação de 5,91% foi puxada principalmente, pasmem, pelos alimentos. O indispensável feijão é o grande vilão da vez. Não dá nem pra acreditar.

A linha branca – eletrodomésticos – foi o setor que segurou a inflação. Uma análise simplista: microondas, aparelhos de TV e até alguns móveis nós conseguimos viver sem. Arroz, feijão e água é impossível faltar ao ser humano.

Vem aí um período incerto de grande desabastecimento de mercado. E não é de combustíveis para carros: é de comida mesmo. Segurem suas calças. O Brasil não será mais o mesmo. Profetizei.

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